segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quero matar meu chefe

Aproveitando o sucesso que o filme quero matar meu chefe está fazendo, queria contar um pouco da minha experiência, mas do outro lado.
Algumas vezes, o chefe também sofre e muito por não ter uma base da empresa que trabalha para chegar em um novo departamento já formado e ser respeitado.
No último ano, desde que havia sido mandada embora da empresa que atuava como coordenadora de departamento pessoal... Vê bem, já não é fácil ser coordenadora, imagina de departamento pessoal. Todos os empregos que estive, e foram algumas experiências "únicas", tive que trabalhar como assistente ou analista. O único cargo de encarregada que consegui, o dono era tão lunático que não valhe a pena nem comentar. Teve outro caso que até atuava como chefe, mas só porque a minha chefe jogava essa responsabilidade para mim, ou seja, não ganhava para isso. Só dava minha cara a tapa, enquanto o salário da chefe ia de vento em poupa, obrigada. Mas, ela ficava de boa com todo mundo.
Como precisava do emprego e ainda tinha bolsa de estudos na faculdade, se ela pedisse para me jogar debaixo de um ônibus, me jogava, pois perto de alguns empregos rápidos que havia conseguido neste meio tempo. Este era um paraíso!!!
Faz quase um mês que consegui voltar para o cargo de coordenadora. Mudei de cidade por essa oportunidade, mesmo porque a cidade que morava estava expulsando pessoas de baixa renda (como eu) para elitizar, devido ao pré sal.
Por anos de chefia, A CRIAÇÃO QUE MINHA MÃE ME DEU, pós em gestão de pessoas e um ano comendo o pão que o diabo amassou. Acredito que todos estão aprendendo sempre e a chefe não é dona de ninguém. Aliás, nem gosto da palavra chefe. Sempre tentei ser uma líder. Sempre quis inspirar as pessoas, mesmo que nem sempre conseguisse.
Pois bem, há quase um mês entrei em uma administradora. De braços abertos, pronta para ajudar o departamento no que fosse preciso. Lutar pelas minhas colaboradoras, mas conseguir atingir as metas propostas pelos diretores.
Logo no primeiro dia me preocupei com a moça que estava substituíndo, pois ela foi avisada cinco minutos antes de eu chegar que estava sendo desligada. Fiquei com receio que mais para frente, eu fosse mandada embora, com a mesma fala de consideração.
Mas, quando voltei do almoço, tudo havia mudado. A moça havia recebido a oportunidade de ficar no departamento, em um cargo mais baixo. Achei ótimo, pois ela teria tempo para me ensinar como funcionavam as coisas e estaria por perto, caso precisasse de históricos.
Como nada é um mar de rosas, comecei a perceber uma certa resistência desta moça em aceitar qualquer opinião que eu desse em qualquer assunto. Casos que já haviam acontecido comigo, eu explicava para ela para facilitar o processo e ela simplesmente não aceitava o que eu dizia.
Com este tipo de atitude, as outras funcionárias, começaram a agir como ela. Uma semana após começar a trabalhar, todas estavam fora do horário de trabalho ainda no departamento. Perguntei se havia necessidade de ficar e uma delas, respondeu com ironia dizendo que não cobraria hora extra.
No dia seguinte, com a máxima educação informei que em meu departamento eu exigia respeito e educação ao responder as perguntas.
Depois disso desandou de vez, não consigo atuar como chefe, nem como líder, nem como nada. Já tentei puxar conversa por várias vezes. Elas nem sequer me informam o que está acontecendo para que eu possa resolver os problemas.
Me falam bom dia, boa noite e olhe lá. Nada além disso. E a moça que ficou, ainda me passa informações pela metade, me deixando a beira de fazer coisas erradas.
Os diretores estão cientes e dizem que vão resolver. Nem sei se resolveria muito.
Mesmo com toda experiência que tenho e com chefes endiabradas que tive. Nunca faltei com respeito com nenhuma. Se eu tivesse uma chefe como eu, que fosse educada e tratasse todo mundo bem, iria querer mais é que ela se sentisse bem aonde está. Mas, nunca é fácil.
Você tem que agradar os donos e ao mesmo tempo não pode ficar em ´pé de guerra com sua equipe, para que seu departamento ande. O problema é quando sem motivo, sua equipe te boicota. E aí, o que uma chefe faz numa hora dessas?